13 de abril de 2013
Tal qual Prometeu...
É uma noite tão absurda e vazia, que mesmo gritando ainda assim tudo pareceria quieto... me vejo amarrado, como se sentisse a agonia de Prometeu, como se meu fígado também estivesse sendo comido, devorado tão calmamente, sendo degustado com prazer e euforia para minutos depois se regenerar. Meu corpo todo amarrado a rocha chamada mundo, se é que esse seja o verdadeiro mundo... Quais serão as verdades? É viagem já me encontro perdido(seria já aqui vítima desse mundo?), já nem sei onde estou realmente. Quando somos jovens, cheios de ideias e esperança, achamos que podemos mudar o mundo... Acho que já ouvi isso em algum lugar... Talvez seja outra loucura da minha cabeça. Minha cabeça... Ainda está presa... Será que estou condenado ao mesmo destino de Prometeu? Já tentei sair desse mundo, mas fracassei com isso também... Do que falava? Ah, sim... Prometeu... Não me lembro como Prometeu se salvou... Foi Hércules... Não sei se seria capaz de terminar os dozes trabalhos, não termino nem um direito. O céu se esconde lá fora enquanto a melodia de À Tout Le Monde bate em minha cabeça como uma faca abre calmamente a carne de churrasco, estou aqui me dilacerando enquanto o mundo se entope de veneno e morre cada vez mais, como um suicida a se torturar com um veneno fraco, fazendo seu corpo morrer lentamente. Raiva se mescla ao sentimento de incapacidade e eu realmente não sei quando isso terá fim, se é que terá fim.Fim... Uma vez quis realmente colocar fim a isso, a uns anos atrás até tentei e usei veneno barato para isso e não sei se tudo ocorreu como eu queria... As vezes as pessoas se iludem com uma imagem, como eu por um tempo me iludi também, acreditando ser outra pessoa, matando o que eu realmente era, acabei morrendo não da forma que queria. Fui um personagem criado por outras pessoas, assumi para mim o dever de ser o que os outros queriam. O personagem acabou comigo, fiquei pior do que já estava. Prometeu teve seu Hércules, eu devo ter tido meu Hades. Fui me alimentando do submundo sem saber que o submundo se alimentava de mim. A vida é engraçada, mas a não vida é mais. Viver por viver é o jeito mais fácil de não pirar... Meu fígado está inteiro e lá vem o pássaro maldito me encher o saco. Esse mundo cansa a alma, deixa meu corpo vagando como um zumbi. Talvez esteja tornando o que o mundo quer, talvez eu esteja achando outras formas de vida. Um dia eu vi uma corda para sair daqui e ateei fogo nela. Surge agora uns degraus e o pássaro indo embora... Volte aqui filho da puta! Volte! Mas calma... cadê as correntes? Surge uma nova dúvida... Uso as escadas ou a marreta que surgiu logo ao lado?
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário