28 de agosto de 2013

A Carta






“Pra acabar com stress eu escrevo, seja poema, poesia, conto, crônica ou um devaneio qualquer. Estresso-me com tudo! Com a luz do sol me acordando, com o cachorro latindo, com o pássaro que insiste em cantar e com um transeunte qualquer assoviando... Mal humorado? Não, pelo menos acredito que não o seja. O problema é que eu não acho que a vida seja algo muito feliz e que me leve a comemorar. As pessoas sorriem por qualquer coisa que aconteça, por qualquer ninharia, são como galinhas que festejam quando você joga as migalhas e farelos ao chão, correm alvoroçados em direção aos grãos, comem tudo e ficam satisfeitos... Todos se agarram em qualquer pedaço de esperança e felicidade. Eu não quero pedaços, partes, migalhas. Se um dia sorrir, comemorar, será por inteiro, terá de ser uma felicidade completa. Esperança? Desculpe-me, mas não tenho esse sentimento mínimo. Esperança serve para que arrastemos correntes pelo corredor durante um momento decadente... Mas já me cansei desse papo chato, estou me estressando. Meus textos estão ali na gaveta, faça deles o que bem entender, pois eu vou embora daqui. Não, não faça o que quer! Taca fogo neles, isso! Ateie fogo nessas malditas palavras que eu escrevi só pra sentir pena de mim mesmo...”



Noticia no dia: Homem se suicida e deixa carta de despedida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário