2 de dezembro de 2013

Liberdade, A Utopia










Existe liberdade? Incluindo nessa liberdade, existe o respeito pela opinião alheia?

Não existe essa tal liberdade, não afirmo isso por leituras, mas por viver em uma cidade onde preconceito é travestido de fé... Logo entenderam e concordaram comigo.

A religião é um dos piores meios de se privar a liberdade, pois transforma a inocência em pecado e impõe medo onde não se deve. Temos de ter fé em um ser imaginário chamado Deus, do contrário você é um imoral, um crápula sem coração. Quando crianças, somos invadidos com rezas e crenças para nos “assegurar” de ter uma vida feliz, pois sem a ajuda do imaginário, nunca conseguiremos nada. Na adolescência eles te obrigam a confirmar que é um devoto fiel e te oprimem cada vez mais a seguir padrões... Poucos se salvam dessa fase. Na vida adulta já se torna refém da crença e tudo o que conquistou não foi de seu esforço, foi Deus quem deu. Não seguir essa linha e não se encaixar nesse modelo lhe rende alguns isolamentos, sermões de como você é infeliz (mesmo a verdade sendo o contrário), resumindo, você é uma pessoa ruim.

Política, a arte de fazer o outro obedecer... Basicamente vamos falar de nossa democracia. Eleição é um começo, pois você vota em um candidato, mas por um item não discutido nunca com a maioria, o candidato de sua preferência mesmo tendo muitos votos, pode não se eleger. Esse item se chama coeficiente eleitoral, ele que decide como alguns candidatos serão selecionados. Como exemplo, vamos a eleições municipais. Você vota em vereador X, ele tem um número de votos maior que outros, mas não pode assumir, no lugar dele entra um candidato Y com votação menor, a diferença é que o candidato Y é mais antigo no partido e é favorecido pelo coeficiente eleitoral, ou seja, o candidato X é conhecido por ser uma “escada” para o candidato Y, pois o seu número de votos gera um coeficiente eleitoral que favorece ao candidato Y. E viva a democracia.

Mas vivemos numa cultura livre, onde escolhemos o que ouvir e ler... Doce ilusão. Vivemos num mundo (isso não acontece só em nosso país) onde a TV, o rádio, revistas e jornais ditam o que você deve ler e ouvir. Artistas pagam grandes quantias em dinheiro para que sua obra esteja em destaque, como no caso do rádio, o famoso jabá, faz com que músicas muitas vezes ruins toquem sem parar até você acreditar que aquilo é bom. Isso também acontece com livros, já que para seu livro ter destaque na livraria você deve pagar pela exclusividade, o que pode lhe render ou não o status de Best Seller. Como eu digo no poema Não Dê Arte Para Todos: “... Só admiram os inúteis/Artistas descartáveis/Desconhecidos da próxima estação...”. Caso você pertença a um grupo fora da grande mídia, como o Rock, você também não escuta o que quer, escuta o que os outros querem que escute ou do contrário será excluído do grupo, nesse caso, ou você escuta apenas Rock ou saia da manada, pois você é parte incluída do padrão.

Não fazemos o que queremos nem quando o assunto é comportamento. A sociedade lhe diz como se portar nessa ou naquela situação para que a maioria não cause estranheza, mas se você acha que é libertário por se comportar de forma diferente, sinto muito lhe avisar que está enganado, pois ainda assim segue um padrão comportamental. Você tem de ser um produto na prateleira, com um rótulo e descrição de como deve ser, você tem de ser classificado para ser aceito, assim como punks, funkeiros, straight edge, etc.

Liberdade é apenas um produto, uma ideia que lhe é vendida para que acredite que faz o que quer. A utopia de ser livre é uma mercadoria valiosa para alimentar nosso ego e nos fazer sentirmos importantes em algo ou alguma coisa, nos faz criar desculpas para nos orgulharmos de sermos diferentes, mesmo que para ser diferente o faça se parecer com algumas outras milhares de pessoas.